Acompanho grávidas com a prática de Yoga a quase 10 anos, e falar sobre o assunto é um prazer pra mim. Ainda mais porque observo ao longo dos anos a feliz constatação dos diversos benefícios para a gestante.
O prática do Yoga promove benefícios físicos, psicológicos e energéticos. Fortalece e equilibra corpo e mente da mãe para enfrentar as diversas transformações pelas quais é submetida, equaliza conexão com o bebê, prepara para o parto e depois ajuda no restabelecimento do pós parto.
Os exercícios de respiração (pranayamas), auxiliam no controle da ansiedade, ajudando a manter e bem-estar e tranquilidade diante de tantos desafios. Além do fato de melhorar a própria oxigenação, o bebê é diretamente beneficiado pela harmonização do ambiente em que se desenvolve.
As posturas do Yoga (asanas) adequam a flexibilidade excessiva causada pelos hormônios da gestação, fortalecendo a estrutura musculo-esquelética. Outro importante benefício é o fortalecimento e preparo do assoalho pélvico para o parto.
A auto- percepção trazida pelo Yoga promove uma maior conexão consigo e, por consequência, com a vida que cresce dentro de si. A ligação mãe e filho é muito mais vivenciada!
Por estas e tantas outras razões, não há que se discutir mais se a prática de Yoga na gestação é ou não indicada. É fato que sim. Eu diria até fundamental!
Gostaria portanto, de aproveitar e chamar a atenção daqueles colegas professores de Yoga ou profissionais em geral da saúde e terapeutas, que muitas vezes se veem em apuros ao receber uma grávida para atender, e sem saber muito bem como agir, acabam por vezes perdendo uma a oportunidade de prestar um bom serviço por puro receio.
Primeiramente é importante entender que grávida não é pessoa doente, nem delicada, nem terceira categoria de Ser Humano além de homens e mulheres! É apenas uma mulher saudável em estado de gestação. E, portanto, não só pode, como deve se exercitar, mas conforme as adequações que se fizerem necessáreas. (Considerando gestações regulares. Casos de gestação de risco requerem alguns cuidados específicos). Dito isso, acredito que como qualquer nicho mais específico (assim como trabalhar com crianças, idosos, portadores de necessidades especiais), requer um estado diferenciado do profissional no sentido de muita paciência, de saber lidar com imprevistos, amorosidade, dar atenção e bom humor.
Considero um privilégio a oportunidade de acompanhar cada jornada gestacional e depois acompanhar o desenvolvimento desses bebês e trabalharmos o pós parto.
Infelizmente no Brasil ainda existe muito preconceito com o parto natural, e mulheres são submetidas diariamente a violências obstétrica. Além do desrespeito aos direitos mínimos da gestante no cotidiano. Chega a ser irônico. Num momento trata-se a grávida com um monte de receios quando ela procura um professor de Yoga ou qualquer outro profissional para se exercitar. E, no momento seguinte, descaso total na fila da padaria ou banco quando ela busca o atendimento preferencial.
Se faz necessário uma real compreensão do que ocorre e de como se lidar com essa mulher.
Texto escrito por:
Maíra Barreira: Advogada e turismóloga, mas há anos atua exclusivamente com Yoga na cidade de São Paulo. Professora de Vinyasa Flow Yoga, pelo método Nataraja Flow da professora Karime Neder, cursou diversas especializações, com destaque aos Cursos de Anatomia aplicada ao Yoga pela Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP e Fisiologia aplicada ao Yoga pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e ainda a Capacitação em Yoga para Gestantes, Pós-parto, Yoga com bebês & Developmental Baby Massage ( Massagem Terapeutica para Bebês) com os renomados Anne Sobotta e Peter Walkers. A anos passou a dedicar-se também aos estudos do comportamento humano segundo as Leis Universais e da Física Quântica.
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